quarta-feira, 8 de setembro de 2010


Anda circulando pela internet um vídeo atrelado a alguns nomes importantes do mundo evangélico. Um vídeo que pretende atacar o PNDH3 (Programa Nacional de Direitos Humanos 3) e, evidentemente, para não perder a viagem, desqualificar a candidatura indicada pelo PT.
Na minha opinião trata-se de um vídeo obscurantista, produto da medievalização do mundo evangélico que estamos vendo em relação à política; no mesmo caldeirão encontramos alguns católicos e a mídia "global" que fica insistindo com os tropeços do "Leão" da Receita. Alias, o caldeirão deve estar ardendo bastante, uma vez que os gritos se tornam cada vez mais altos e se ouve de longe. Apaziguo meu coração: são gritos típicos dos que estão desesperados; o "direito de espernear" dos derrotados.
É até bom que isso apareça no cenário das bizarrices nacionais, porque a nossa liberdade política (alguns ficaram para lutar por ela, outros não) permitiu que os reacionários dos anos 80 (com o velho medo evangélico de um comunismo que nunca existiu) fossem perdendo força. O momento é, talvez, o último suspiro dessa cambada, o último grito de grupos que nunca conseguiram se unir.
Penso que p PNDH3 finalmente pode iniciar uma era em que a tolerância será para todos e não só para alguns. Os que achavam que podiam discordar no alto de sua arrogância "ontológica", precisarão aprender a dialogar. Li o documento, até porque trabalho com Direitos Humanos, e não vi nada que desabone a capacidade que o cristão tem para a tolerância e a justiça social. O problema são os fundamentalistas, que invertem a noção mínima de que primeiro somos humanos e depois crentes. O mais irônico é que uma porção mínima do documento deixou a "bancada" crentóide infeliz, sendo que a seção seguinte protege justamente a liberdade de culto e religião. Rir para não chorar...
Agora, sejamos sensatos, que os crentes de carteirinha tem odireito de reclamar tem, mas não passa de uma guerra de mitos; cada um conta a sua história como sendo a única. Um exemplo é que a posição dos homossexuais é a mesma em que outrora estavam os evangélicos, que hoje, até tomam parte das cadeiras legislativas. O mesmo deverá ocorrer com esse grupo que está lutando por seus direitos e, como os evangélicos, fazendo os seus prosélitos. O resto é exagero, discurso manipulado, uma busca constante e um desejo secreto de controle das opiniões.
Serei repetitivo, mas, porque também o cristianismo atual o é, sugiro ler o texto que postei nesse blog "Um cristianismo alienígena e alienado". Acho que ele resume o que penso dessas manifestações.